segunda-feira, 27 de setembro de 2010

3 milhões de sensações

"Qual foi a melhor sensação que você já teve em toda a sua vida?"

Foram tantas as sensações aleatoriamente distribuídas por tantos anos vividos. Sensações de todos os tipos, feitas de todas as misturas possíveis de outras sensações. Sensações generalizadas que vão desde a felicidade até a sensação de tristeza, passando por outras variantes.  Sensações específicas e talvez marcantes como um certo primeiro dia de aula, um primeiro beijo com alguém especial ou até mesmo a sensação de vivenciar uma perda.

Sensações são tantas. Sensação de vazio que bate ás vezes por algum motivo talvez inconsciente. Sensação de isolamento, seguido por abandono e esquecimento. Sensação de medo, pavor mediante alguma situação ou perante a vida. Sensação de loucura, de viver a vida ao máximo, de "Carpe Diem". Sensação de anonimato, de ser mais um na multidão, de ser 1/3 de um grão de areia no universo.

Sensação de dever cumprido, de realizar uma boa ação. Sensação de cuidar de alguém e ser por alguém cuidado. Sensação de esclarecimento, de entendimento. De alegria pura e simples. Sensação de ouvir milhões de sons, de ver milhões de pessoas, de sentir milhões de sensações.

Sensação de acordar a cada dia e perceber nesse ato a esperança de um novo começo. Sensação de paz. Sensação de não estar só...

De todas as incontáveis sensações, qual pode ter sido a melhor? Todo dia é uma nova sensação, um novo sentimento, uma nova visão das coisas. Mas se um dia todas as sensações acabassem e só pudesse restar uma, a que perduraria seria o amor. Amar é a melhor sensação de todas e todas as outras milhões de sensações são variantes dessa eterna e benéfica sensação.

sábado, 18 de setembro de 2010

Uma só linguagem

Há uma só linguagem existente no mundo, que permite com que seus falantes sintam-se totalmente compreendidos e totalmente partes de uma só unidade.

sábado, 11 de setembro de 2010

O último telefonema

          Acabam de completar 12 horas desde o instante em que desliguei o telefone.
          Posso afirmar que não fiz muito durante esse longo espaço de tempo, apesar de cada segundo ter custado a passar. Minha única companhia que restou desde então foram as lembranças, e isto não era um consolo. Minha mente remoia cada pequeno detalhe, cada frase dita, cada suspirar e espaço entre palavras usadas naquela conversa. Construía e desconstruía cada segundo, cada instante. Sem parar.
          Não me resta muita fala agora, nem muito pensamento. O que me resta é uma certeza vaga  de que as coisas mudaram, os tempos são outros e que de um jeito ou de outro, devo me acostumar a isso daqui pra frente.
          Mas se a vida fosse um filme, a cena final seria o desligar daquele telefonema. E pronto! Teria sua beleza e encanto, ainda que fosse um final triste... ou feliz talvez, pois eu que estaria escrevendo o meu próprio roteiro. Mas a vida não segue roteiros, talvez essa seja sua beleza natural. A vida não termina num desligar de telefone, ela continua independentemente de qualquer telefonema, qualquer partir de coração, qualquer desejo incontrolável de eternizar uma cena ou de simplesmente terminar o filme. A vida continua, com seu arrastar de razões, de aprendizados...

          E agora, o telefone toca novamente...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Distraídos venceremos!

          Sim, Paulo Leminski, distraídos venceremos! Mas para que o senhor escrevesse essa famosa frase que é também título de um livro de poesias, o senhor estava totalmente distraído? Ou se o estivesse completamente, como poderia ter percebido tal coisa?
          Não estou querendo colocar a prova a veracidade dessa frase internacionalmente conhecida não, muito pelo contrário! Pois afinal, sei bem e ainda por experiência própria que distraídos chegamos a algum lugar sim! Na verdade as maiores obras primas relacionadas a grandes nomes de artistas são produzidas distraidamente, como se fosse obra de uma mão divina materializada por eles. E muitas vezes é preciso estar distraído também para que se possa verdadeiramente ver.
          As vezes também é preciso estar distraído na vida pessoal para cruzar certas fases ou passar por certas situações momentâneas. Estar distraído é necessário para se atingir certas coisas na vida e até mesmo para simplesmente esperar... Mas o que eu quero dizer é que o maior segredo sobre o ato de estar distraído é justamente ter a percepção de o ser. Fica de resto uma certeza consoladora de estar sendo movido por uma força maior, sendo que a distração é apenas o reflexo da confiança que se tem em uma vida de plenitude.
          Paulo Leminski percebeu isso tudo e materializou nessa frase. Mesmo distraídos, aproveitamos todos os momentos da vida e ainda sem a preocupação com nomeação de sentimentos ou atitudes. Simplesmente vivemos... e para muitos, isso é o que basta!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Conversas numa tarde qualquer

          Era um dia calmo e ensolarado. Estava eu sentada no portão do meu prédio que se situa numa rua pacata de um bairro qualquer do Rio de Janeiro, remoendo o fato de ter inúmeras coisas para fazer e ainda assim, estar ali sentada, meio que esperando alguma coisa, meio que vendo a vida passar... Mas como consolo do universo, eis que chega uma vizinha para compartilhar daquela solidão e iniciar uma conversa qualquer como era de seu costume. Eu que nada tinha em mente, nem mesmo iniciativa alguma de falar qualquer coisa que fosse, estava bem por estar ali, e agora com a companhia dessa vizinha que gostava de conversar e contar histórias (afinal, ela é mineira, o que justifica um pouco).
          Não demorou muito para que já estivéssemos a vontade sentadas ali naquele portão. A rua estava deserta, ninguém passava por ali e a conversa cada vez mais ganhava forças. Não me lembro muito bem sobre o que ela estava falando inicialmente, talvez algo sobre a faculdade, o que me lembrava que eu tinha uma pesquisa pra fazer. Foi quando então, começou a contar uma história tão bem detalhada que conseguiu me levar para um outro prisma. Começou assim:
          "O espaço de tempo da história que eu vou contar agora é muito curto. Na verdade, tudo se passa em segundos, numa questão de olhares cruzados. A situação é passada a nível psicológico, construída na base do diálogo puro, sem muita movimentação."
          Eu, que estava meio distraída, já prendi minha atenção na história. Ia imaginando conforme ela continuava a contar:
          "Muitas vezes, na rotina do nosso dia a dia, não compreendemos certas sensações ou ideias momentâneas que possamos ter. Nossa mente pode fazer mil viagens sem que nem sequer demos conta. Na realidade, o que queremos mesmo é um mundo de possibilidades, onde uma mente altamente criativa comande tudo.
          Enfim, a vida possui uma infinidade de possibilidades, com diversas combinações, comparadas aos números numa análise combinatória. Essa história fala mais ou menos disso.
          Em um lugar vazio e iluminado, ao redor da natureza, dois jovens se abraçam. Os dois parecem muito apaixonados. Conforme o diálogo começa, nós podemos deduzir que ele se encontram ocasionalmente e mesmo assim, não tem muito tempo para ficarem juntos. O diálogo apresenta um valor psicológico e conforme os dois conversam, fica evidente que eles só existem na imaginação de um dos dois. Este alguém, no caso, a menina, pode dar vida aquela situação inconscientemente, toda vez em que ela vê o menino. Eles não se conhecem ou não se falam, mas são apaixonados um pelo outro, sem saberem que vivem um lindo romance. É por isso que toda vez que ela passa por ele, sente algo que não consegue explicar. Mas no fundo no fundo, sem saber que pensa nele, acha impossível, aliás, nem cogita a possibilidade de os dois ficarem juntos realmente."
          Esperei por qualquer continuação que fosse, mas ela já havia passado o recado. Mais nada de tão marcante aconteceu naquela tarde, só no final algumas pessoas quaisquer que passaram apressadas em frente ao nosso prédio. Talvez para ilustrar aquela história...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eterno amor

          Todo final de relacionamento é a mesma coisa: lá se vai mais um eterno amor. É verdade, pois afinal em um relacionamento composto por duas pessoas há muitos fatores a serem considerados como: todos os momentos vividos, todas as promessas de um futuro juntos e os planos de vida; e até mesmo os momentos um tanto conflituosos, marcados por diferenças de visões da parte dos dois. Porém, por maiores que sejam os confitos, ninguém imagina que pode terminar um dia, que aquele amor que parecia ser eterno, poderia simplesmente ir embora de repente. Porque existiu algo entre os dois! Ou então todos os "eu te amo" não foram pra valer? E o que era eterno até ontem então, não é mais hoje?
          Pode parecer ingenuidade da minha parte fazer essas perguntas, mas eu sinceramente não consigo entender como é possível conviver com isso tão naturalmente. Mesmo que um relacionamento entre duas pessoas seja muito complexo e que seja preciso levar em consideração muitos fatores, não consigo entender porque o AMOR não pode superar tudo isso. Por que ele não pode superar todas aquelas manias que incomodam, por exemplo,  ou as diferenças de personalidade e modos de agir? O amor deveria apagar tudo isso a cada momento e deixar que fique apenas o melhor de cada um, permitindo que haja assim, confiança e sinceridade entre os dois.
          Gostaria de ser ingênua o suficiente para acreditar que o amor basta para eternizar um relacionamento. E usar desse argumento como consolo em caso contrário, se um relacionamento acabar. Pois já vi muito eterno amor indo embora, mas quem sou eu para dizer o que é eterno ou não?

          Eu? Provavelmente um eterno amor de alguém...


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sozinhos

Somos pessoas sozinhas, qualquer um sabe disso. Individuais e separados que se unem a uma outra partícula buscando suprir suas necessidades. Mas aqueles que sentem no fundo de suas almas uma chama viva e iluminada, possuem dentro de si, uma força e uma companhia maior do que qualquer outra. Estes sim, percebem o segredo da vida, ainda que... sozinhos!